A China suspendeu ou fechou as contas de mídia social de mais de mil críticos das políticas do governo em relação ao surto de Covid-19, enquanto o país se move para reverter as severas restrições adotadas pela política de tolerância zero contra a doença.
A popular plataforma de mídia social Sina Weibo disse que abordou 12.854 violações, incluindo ataques a especialistas, acadêmicos e trabalhadores médicos, e emitiu proibições temporárias ou permanentes em 1.120 contas.
Xi Jinping anuncia "nova fase" no combate à Covid-19 na China e diz que é "natural" haver diferentes opiniões no país
“No presente, a prevenção e controlo da epidemia está a entrar numa nova fase”, disse Xi, segundo a agência Reuters. “Ainda é um tempo de luta, toda a gente está a perseverar e a trabalhar no duro, e a aurora está adiante.” O discurso foi feito na reunião de Ano Novo do Comité Nacional da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês — o Ano Novo chinês, porém, só se celebra a 23 de janeiro.
O discurso foi emitido este sábado, um dia depois de Xi ter feito as suas primeiras declarações públicas sobre a mudança de estratégia das autoridades chinesas no combate ao vírus. Nas últimas semanas, Pequim relaxou a sua política de “tolerância zero” à Covid-19, na sequência de fortes protestos populares em várias cidades chinesas.
Na sexta-feira, Xi Jinping admitiu que a China adaptou a estratégia “à luz da situação em evolução”. “Com esforços extraordinários, prevalecemos sobre dificuldades sem precedentes e desafios, e não foi uma jornada fácil para ninguém”, admitiu o Presidente — um “reconhecimento raro” da dureza da política até aqui adotada de confinamentos obrigatórios, como classifica a agência Bloomberg.
No discurso deste sábado, o Presidente chinês foi ainda mais longe ao referir-se subtilmente aos protestos de que foi alvo, dizendo que “é apenas natural” que num país com tantos habitantes (1,4 mil milhões de pessoas) haja “diferentes visões”. “O que importa é que construamos um consenso através da comunicação e da consulta”, decretou Xi.
“Abaixo, Xi Jinping! Abaixo, Partido Comunista”. Protestos aumentam na China contra estratégia de tolerância zero
dez20
Covid-19: China condena ex-advogada que noticiou surto em Wuhan nas redes sociais. Zhang Zhan foi acusada de “causar distúrbios” e “problemas”. Através das redes sociais, partilhou informação sobre a resposta de Wuhan à pandemia de covid-19.
dez20
Documentos mostram como a China censurou a informação sobre o novo coronavírushttps://www.publico.pt/2020/12/19/mundo/noticia/documentos-mostram-china-censurou-novo-coronavirus-1943651
set20
O Presidente chinês defendeu esta terça-feira que a China passou o “teste histórico” do novo coronavírus, após ter erradicado a doença do seu território, numa altura em que já matou cerca de 900 mil pessoas em todo o mundo. A propaganda oficial do regime celebra há vários meses a gestão do Partido Comunista Chinês (PCC) do surto, inicialmente detetado no país, em dezembro passado. A China registou, oficialmente, 4.634 mortes desde o início da epidemia, e há 23 dias consecutivos que não soma casos de contágio local. LINK